Segunda-feira, 19 ago 2013 - 08h20
Por Rogério Leite
Pedaço de antigo cometa deve atingir o Sol nas próximas horas
Atualizado em 20 de agosto as 08h06Fragmento de cometa se vaporiza antes de atingir a atmosfera solar
O fragmento do cometa Kreutz que se dirigia implacavelmente rumo ao Sol teve seu destino selado na noite de segunda-feira, quando foi totalmente pulverizado antes de atingir o topo da atmosfera estelar. Logo em seguida, uma violenta ejeção de massa coronal foi registrada. As imagens do telescópio SOHO no espectro ultravioleta mostraram o cometa avançando até aproximadamente 20h06 BRT (Horário de Brasília), quando o objeto foi eclipsado pelo anteparo do coronógrafo a bordo do satélite, o que impediu a continuidade da observação. Cerca de 35 minutos depois foi registrada uma violenta Ejeção de Massa Coronal, EMC.
Apesar de os eventos estarem visualmente conectados, ao que tudo indica a EMC ocorreu na Região Ativa 1809 e não foi provocada pelo impacto do cometa na alta atmosfera solar. Mesmo assim, as imagens são magníficas e dignas dos filmes de ficção científica.
O cometa continua rumando em direção à estrela, mas uma falha no processamento da imagem Lasco C3 está ofuscando a observação do cometa, que pode ser visto no coronógrafo LASCO C2, mostrado abaixo. ![]() Clique para ampliar
![]() Clique para ampliar As imagens foram captadas pelo coronógrafo grande angular LASCO C3 a bordo do telescópio espacial e deverá ser visto nas imagens do instrumento LASCO C2 momentos antes de impactar contra o topo da atmosfera escaldante da estrela. Devido às características da órbita e massa do fragmento, não há qualquer chance de escapar da intensa gravidade solar.
Diariamente, diversos desses fragmentos passam próximo ao Sol e se desintegram, mas como a maioria é muito pequena acabam por passarem despercebidos. Entretanto, alguns pedaços maiores chamam a atenção e são detectados pelo telescópio e vistos pelos observadores das imagens. Os objetos da família Kreutz foram assim batizados após terem sido descobertos por um jovem astrônomo chamado Dirk Peeters Kreutz, no século 19.
Entretanto, a maioria dos cientistas acredita o efeito visual do impacto nada mais é que a sublimação do gelo do cometa, uma vez que o ao atingir determinada altitude o fragmento se rompe e é consumido quase que instantaneamente pelo calor da estrela. Sublimação é o fenômeno que ocorre quando um material passa imediatamente do estado sólido para o estado gasoso. Normalmente, os fragmentos da família Kreutz não são muito grandes, com cerca de 10 km de diâmetro e se desintegram a aproximadamente 200 mil km de altitude. Acompanhe o impacto em nossa página de Atividade Solar
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