Quinta-feira, 14 fev 2008 - 16h33
Pentágono estuda lançar míssil contra satélite desgovernado
Todos os que acessam o Apolo11 já sabem que um satélite espião, oficialmente chamado USA-193, deverá re-entrar na atmosfera terrestre nos próximos dias. Agora, ao que parece, o negócio tomou maiores proporções e de acordo com a Agência de notícias Associated Press, AP, os EUA já estudam destruir o satélite em pleno espaço, antes de atingir a Terra. De acordo com a agência, os planos norte-americanos envolvem o lançamento de mísseis a partir de navios da marinha.
Se deixado à mercê das leis da natureza, o satélite irá re-entrar na atmosfera próximo da segunda semana de março, mas as autoridades deverão se antecipar e destruir o míssil em pleno espaço. Segundo as informações fornecidas pela AP, a marinha deverá lançar 2 ou três mísseis do tipo SM-3, a partir de um cruzador ou destróier localizados próximos à costa nordeste do Havaí. Para atingir o satélite em órbita os SM-3 deverão ser modificados para receberem mais combustível e novo software. Se o plano funcionar corretamente, a destruição do satélite irá provocar uma grande quantidade de lixo espacial.
Existem muitas controvérsias a respeito de se destruir satélites em órbita, já que no ano passado a China fez a mesma operação e provocou grandes críticas mundiais, em especial dos EUA.
![]() Na última segunda-feira o satélite também pode ser visto por um breve período por observadores situados no extremo leste de Natal, quando o equipamento sobrevoou o Atlântico às 18h50 pelo horário de Brasília, logo após o pôr-do-Sol. O gráfico acima mostra essa passagem do satélite. Algumas simulações mostram que no dia 17 de março, por exemplo, o satélite pode re-entrar na atmosfera exatamente sobre a Austrália, mas a previsão mais exata somente será possível com poucos dias de antecedência.
![]() Uma vez que a espaçonave ou seu corpo principal se rompe, diversos componentes e fragmentos continuam a perder altura e se aquecer, até que se desintegram ou atingem a superfície. Muitos dos componentes são feitos em alumínio, que se derretem facilmente. Como resultado, essas peças e desintegram quando a nave ainda está em grandes altitudes. Por outro lado, se um componente é feito com material muito resistente, que precisa de altas temperaturas para atingir o derretimento, pode resistir por mais tempo e até mesmo sobreviver à re-entrada. Entre esses materiais se encontram o titânio, aço-carbono, aço-inox e berilo, comumente usados na construção de satélites. O interessante é que ao mesmo tempo em que são resistentes às altas temperaturas, esses materiais também são muito leves (por exemplo, chapas de tungstênio) e como resultado a energia cinética no momento do impacto é tão baixa que raramente provoca danos de grande porte. O problema começa com a composição química residual, que dependendo do componente que sobreviveu à re-entrada, pode conter material extremamente tóxico, como a hidrazina, utilizado como combustível ou até mesmo material radioativo, usado na geração de energia elétrica. Fotos: No topo, míssil SM-3 sendo lançado de um cruzador norte-americano baseado no Havaí, em 11 de dezembro de 2003. Na seqüência, gráfico de rastreio mostra passagem do satélite USA-193 sobre o território brasileiro no dia 11 de janeiro de 2008 às 18h50 pelo horário de Brasília). Acima vemos o tanque de pressurização de um foguete Delta 2, que sobreviveu á re-entrada no dia 22 de janeiro de 1997. O tanque pesa 30 quilos e é contruído de titânio. LEIA MAIS NOTÍCIAS
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