Quarta-feira, 13 set 2017 - 09h51
Por Rogério Leite
Pesquisadores confirmam primeiras assinaturas da elevação do nível do mar
Utilizando dados de mapas gravitacionais, cientistas estadunidenses conseguiram pela primeira vez detectar padrões inequívocos de elevações oceânicas resultantes da alteração das massas de gelo polar.
![]() Modelo calculado com dados dos satélites GRACE entre 2002 e 2014. A linha de contorno (1,8 mm/ano) mostra a média de elevação se toda a água fosse distribuida uniformemente. Quem olha a vastidão do oceano não percebe, mas aquela lâmina aparentemente plana de água não é tão plana assim. A massa de água oceânica sofre fortemente devido à ação gravitacional exercida pelas enormes cadeias de montanhas e depressões submarinas e o resultado é uma série de ondulações mensuráveis na lâmina superior de água em todos os oceanos. Essas variações são bem conhecidas pelos pesquisadores, principalmente depois que missão espacial TOPEX/Poseidon mapeou a topografia dos oceanos entre 1992 e 2006 e isso permitiu aos pesquisadores conhecer milimetricamente a altura das águas.
O estudo, publicado na revista Geophysical Research Letters, é baseado na alteração gravitacional provocada pelo derretimento de grandes massas de gelo, já que quando uma geleira perde massa, sua atração gravitacional é reduzida. Dessa forma, as águas do oceano ao seu redor se afastam, aumentando o nível do mar em locais mais distantes da geleira. De acordo com o estudo, certas regiões, particularmente entre as latitudes médias e baixas, são mais atingidas e Groenlândia e Antártida contribuem de forma diferente nesse processo. Como exemplo, o aumento do nível do mar na Califórnia e na Flórida gerado pelo derretimento da camada de gelo da Antártida é 52% maior que o efeito médio no resto do mundo.
Durante esse período, a perda de massa do gelo terrestre e as mudanças no armazenamento de água aumentaram o nível médio global do mar em cerca de 1,8 milímetro por ano. Desse total, 43% do aumento da massa de água eram provenientes da Groenlândia, 16% da Antártida e 30% geleiras das montanhas. Além dos dados dos satélites GRACE e TOPEX/Poseidon, os cientistas também confrontaram os dados com as leituras da pressão do fundo do oceano registradas por estações nos trópicos. "Os cientistas têm sólida compreensão da física relacionada às assinaturas do nível do mar, mas até agora não tínhamos uma detecção direta do fenômeno", disse Isabella Velicogna, pesquisadora do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa, JPL, e coautora do estudo. LEIA MAIS NOTÍCIAS
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