Quarta-feira, 11 mai 2016 - 11h16
Por Rogério Leite
De acordo com os pesquisadores brasileiros, alguns planetas distantes sofrem forte erosão em sua atmosfera devido à proximidade da estrela mãe e lançam ao espaço um rastro de gás e poeira igual ao dos cometas.
Concepção artística mostra o planeta Osiris orbitando a estrela HD 209458. O estudo foi feito pela astrônoma Heloísa Boechat-Roberty e seu aluno de doutorado Rafael Pinotti, ligados ao Observatório do Valongo da Universidade Federal do Rio de Janeiro e publicado recentemente na revista científica Planetary and Space Science. De acordo com o estudo, nos últimos 13 anos foram descobertos treze planetas com dimensões similares a Júpiter, mas que se encontram muito mais próximos de suas estrelas. A pouca distância faz com que a radiação, em especial a ultravioleta, eroda a atmosfera do planeta, fazendo com que o gás seja ejetado em direção ao espaço.
Os cientistas chegaram a esta conclusão após simular a dinâmica do planeta Osíris, um gigante gasoso que orbita a estrela HD 209458, situada a 154 anos-luz do Sistema Solar, na direção da constelação de Pégaso. Osiris foi descoberto em dezembro de 1999 e sua cauda foi registrada pela primeira vez em 2003, quando os pesquisadores constataram que o vazamento de gás de sua atmosfera chegava a 10 mil toneladas por segundo, a uma velocidade de até 460 mil quilômetros por hora. Heloisa e Pinotti imaginavam que as partículas lançadas no espaço podiam interagir e gerar moléculas estáveis. Outros astrônomos já haviam confirmado a presença de diferentes moléculas na atmosfera de Osíris, mas pensava-se que seriam destruídas à medida que fossem arrastadas para a cauda planetária.
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