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Segunda-feira, 18 jun 2007 - 10h07

Por que são registrados tantos terremotos? Eles estão aumentando?

Quase todos os dias recebemos e-mails de internautas preocupados com o grande número de terremotos exibidos na seção "Terremotos on line". Muitos temem que o aparente aumento dos sismos possa ser prenúncio de que um forte abalo esteja por vir.

A verdade é que o número de terremotos verificados não é maior ou menor do que no passado. Também não é correto afirmar que um número grande de abalos signifique que um mega-terremoto esteja a caminho. Por maior que seja o esforço dos cientistas na tentativa de criar um modelo para previsão de terremotos, isso ainda não passa de sonho.

Somente na segunda semana de junho foram registrados 256 eventos com amplitude superior a 2.5 graus Richter. Desses, apenas 18 eram superiores a 4.9 graus. No entanto, o número de abalos que ocorreu neste mesmo período de tempo é sem sombra de dúvidas muito maior. Estima-se que mais de mil pequenos abalos ocorram todos os dias, em diversas partes do mundo, o que elevaria este número para mais de 7 mil eventos semanais ou 28 mil ao mês.

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Normalmente, eventos menores de 2.5 graus são desprezados. São ocasionados por acomodações naturais de terrenos, sem contar os registros provocados por explosões humanas, na maioria das vezes subterrâneas.

A maior base de sismógrafos, usados para registrar os abalos sísmicos, está atualmente instalada nos Estados Unidos, próximo às maiores falhas geológicas, em especial na costa oeste do país, Alaska ou Hawaí. Dos 256 eventos registrados, 180 tinham magnitude até 3.9 graus e 95% deles foram registrados nestas áreas. Segundo dados do Centro e Pesquisas Geológicas dos estados Unidos, USGS, o número de sismógrafos fixos instalados no país é superior a 8 mil, com planos de serem instalados mais 6 mil nos próximos 4 anos. Há 20 anos esse número não passava de 1000 unidades.

Com o aumento da base de instrumentos instalados e com a melhoria das tecnologias envolvidas na detecção e localização dos eventos, os cientistas passaram a contar com mais dados para suas pesquisas, o que se traduziu em um aparente aumento no número de terremotos. É o mesmo que comparar a observação astronômica com dados de antes e depois do telescópio Hubble. As galáxias, novas estrelas e novos planetas sempre estiveram lá, mas a tecnologia permitiu que pudéssemos olhar mais longe e ver mais. Não foram os terremotos que aumentaram, mas a capacidade detecção é que foi aprimorada.

O advento da tecnologia da informação, em especial a internet, também permitiu que os dados sísmicos, antes restritos aos institutos de pesquisas, pudessem ser disseminados de uma forma mais rápida e democrática. Há 10 anos, poucas pessoas tinham acesso aos dados. Normalmente os abalos eram informados no rádio e na TV somente quando tinham grande magnitude e podiam ocasionar algum dano ou tragédia. Hoje em dia, um clique do mouse é capaz de mostrar eventos de praticamente qualquer intensidade ou localização, o que aumenta ainda mais a percepção de que os abalos estão aumentando.

Fotos: No topo, detalhe da falha de San Andreas, na costa oeste dos Estados Unidos. Milhares de sismógrafos estão instalados ao longo da falha, registrando praticamente qualquer abalo na região. A falha, de 1290 quilômetros de extensão, praticamente corta o Estado da Califórnia e marca a junção entre a placa tectônica do Pacífico e a placa tectônica da América do Norte. O movimento dessa junção provocou a destruição da cidade de São Francisco no começo do século 20. Segundo especialistas, a dinâmica desse movimento deverá separar a Califórnia do resto do continente. Acima, o sismologista Patrick Williams estuda uma região da fenda.

Acompanhe os terremotos on-line

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