Segunda-feira, 4 abr 2016 - 09h20
Por Rogério Leite
Preparem os barcos: nível do oceano deve subir mais que o estimado
Novas modelagens feitas pelo IPCC indicam que o nível dos oceanos poderá será o dobro do que é estimado até agora, com impacto direto na vida dos moradores das cidades costeiras.
![]() Retração do gelo permanente do Ártico registrada em 2012, comparada com a média observada nos 30 anos anteriores. O resultado do estudo, feito pelo IPCC (Painel Intergovernamental para as Mudanças Climáticas) foi publicado recentemente na revista científica Nature e está baseado em um novo modelo tridimensional que leva em conta os atuais níveis dos oceanos e a retração das geleiras. O estudo sugere que o continente antártico tem potencial para contribuir com mais de 1 metro no nível dos oceanos até o ano 2100 e pode chegar a 15 metros até 2500 caso as emissões atmosféricas de gases do efeito estufa continuem no atual ritmo.
Neste cenário, o aquecimento da atmosfera (ao contrário do aquecimento dos oceanos) deverá ser o mecanismo dominante na perda de gelo dos polos. ![]() A construção mostrada, localizada na Orla de João Pessoa, na Paraíba, ainda não sofria com a elevação do nível do oceano quando foi concluído em 1971. Com o passar dos anos, o avanço do mar pode no futuro obrigar a desativação do local ou até mesmo sua remoção. "Isso pode significar um desastre para a maioria das cidades baixas", disse o climatologista Robert DeConto, coautor do trabalho e ligado à Universidade de Massachusetts. De acordo com o cientista, cidades como Boston, por exemplo, podem experimentar níveis de elevação do mar superiores a 1.5 metros nos próximos 100 anos. "Orlas marinhas inteiras serão afetadas e grande parte dessas cidades precisará ser recuada", explicou DeConto.
Além disso, o estudo mostra que se quantidades substanciais de gelo forem são perdidos, a memória térmica de longo prazo dos oceanos poderá inibir a recuperação da camada de gelo durante milhares de anos, mesmo após a redução das emissões de gases do efeito estufa. O estudo foi motivado pela reconstrução da elevação do nível do mar durante épocas passados quentes, incluindo o período interglacial há cerca de 125 mil anos e o Plioceno, há 3 milhões de anos. Estes períodos fizeram a altura do mar variar de poucos metros a mais de 20 metros acima do nível atual, o que implica que o manto de gelo da Antártida é altamente sensível ao aquecimento atmosférico.
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