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Sexta-feira, 12 fev 2010 - 09h27

Primeiro satélite brasileiro completa 17 anos e continua na ativa

Primeiro satélite projetado, construído e operado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, o SCD-1 completou 17 anos em órbita no último dia 9 de fevereiro. Lançado pelo foguete norte-americano Pegasus, em 1993, sua expectativa de vida útil era de apenas um ano, mas após todo esse tempo o satélite se mantém plenamente operacional, retransmitindo valiosas informações para a previsão do tempo e monitoramento das bacias hidrográficas.

O lançamento do SCD-1 (Satélite de Coleta de Dados) marcou o início da operação do Sistema de Coleta de Dados Brasileiro, uma rede de satélites em órbita baixa que retransmite as informações ambientais registradas por diversas plataformas de coleta de dados espalhadas pelo território nacional. Atualmente, o sistema é composto pelos satélites SCD-1, SCD-2 (lançado em 1998), e o CBERS-2B, colocado em órbita em 2007. Todas as informações coletadas são distribuídas a diversas instituições no Brasil e no exterior.

Ao sobrevoar as plataformas o satélite capta o sinal emitido e retransmite os dados coletados para a estação de recepção e processamento, localizada em Cuiabá/MT. Em seguida os dados são enviados à unidade de Cachoeira Paulista/SP, onde ficam à disposição das empresas e instituições usuárias do sistema.

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Os dados coletados pelo SCD-1 são utilizados em diversas aplicações, como previsão de tempo, estudos das correntes oceânicas, marés, química da atmosfera, planejamento agrícola, entre outras. Uma das aplicações de maior relevância é o monitoramento das bacias hidrográficas, que fornecem dados fluviométricos e pluviométricos.


O satélite
Pesando 115 quilos e medindo 1 metro de diâmetro por 1.45 de altura, o SCD-1 orbita a Terra de forma circular, a 750 quilômetros de altitude, com inclinação de 25 graus com relação ao equador. Seu controle de atitude é feito por rotação, imposta desde o início pelo veículo lançador. A correção da direção do eixo de rotação é feita com a utilização de uma bobina magnética, telecomandada de terra e a determinação de atitude é feita a partir de sensores solares e de um magnetômetro.

A energia do SCD-1 é obtida graças a oito painéis laterais retangulares e um octogonal superior compostos por células de silício. Uma Unidade de Condicionamento de Potência, PCU, condiciona e direciona a energia gerada para todos os dispositivos. Durante os períodos de eclipse a operação é mantida graças a uma bateria de níquel-cádmio de 8 amperes, que acumula energia gerada pelos painéis.

O subsistema de telemetria, rastreio e comando, TT&C , é composto de um decodificador de telecomandos, dois transponderes redundantes operando em banda S e um codificador de telemetrias. Duas antenas quadrifilares, localizadas nos painéis superior e inferior do satélite possibilitam o acesso ao mesmo a partir das estações de rastreio e vice-versa.

O controle térmico é totalmente passivo e foi viabilizado com a utilização de fitas térmicas e revestimentos com propriedades termo-óticas.

A carga útil do SCD-1 consiste basicamente em um transponder de coleta de dados chamado Transponder PCD, que recebe os sinais emitidos pelas plataformas automáticas em terra através de antenas em UHF, que são retransmitidos em tempo real em banda S para as estações terrenas. Os dados não são armazenados a bordo do SCD-1.


Fotos: Satélite de Coleta de dados SCD-1 antes do lançamento, durante bateria de testes no Laboratório de Integração e Testes, LIT, do INPE. Crédito: INPE.

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