Terça-feira, 14 dez 2010 - 08h55
Nesta quarta-feira, dia 15 de dezembro, a sonda Mars Odyssey terá explorado a superfície do planeta Marte mais do que qualquer outra nave espacial da história. Odyssey completa 3.340 dias em órbita atingindo o recorde de longevidade no Planeta Vermelho, estabelecido pelo antecessor Mars Global Surveyor que encerrou sua missão há quatro anos.
Clique para ampliar A sonda Mars Odyssey entrou em órbita em torno de Marte no dia 24 de outubro de 2001 e logo nos primeiros meses de trabalho fez sua descoberta mais importante: a detecção de hidrogênio logo abaixo da superfície seca do planeta. A dedução de que havia a presença de água congelada foi confirmada pela missão Phoenix em 2008, baseada nos dados coletados pela sonda. Geleiras também foram localizadas longe dos polos do planeta. O objetivo inicial da missão era realizar um levantamento global do clima marciano e também a possibilidade de existência de água no presente ou no passado. Outra meta da Odyssey era determinar o nível de radiação na órbita marciana, tendo em vista uma futura visita humana ao planeta.
Os trabalhos principais da Odyssey foram finalizados em agosto de 2004 e desde então a sonda vem realizando o que os pesquisadores chamam de missão estendida, acrescentando muitas outras descobertas e realizações numa das mais longas missões de exploração da agência espacial americana, Nasa. "Os anos extras nos permitiram construir mapas de alta resolução, cobrindo praticamente todo o planeta", afirma Jeffrey Plaut, cientista-chefe do projeto. Antes de Odyssey, a sonda Mars Global Surveyor operou em órbita do planeta entre 11de setembro de 1997 até 2 de novembro de 2006 e realizou um extenso levantamento topográfico de Marte. A longevidade do veículo orbital Odyssey possibilitou os cientistas acompanharem as mudanças sazonais marcianas, com destaque para o estudo do ciclo de congelamento do dióxido de carbono na atmosfera sobre as regiões polares durante o inverno de cada hemisfério. "É notável a forma como os padrões climáticos têm sido constantes a cada ano. Isso seria muito difícil de verificar se a missão não tivesse sido estendida", disse Plaut. "Hoje em dia, centenas de pessoas que construíram a nave Odyssey, tem grande orgulho em ver a sonda atingir esse marco histórico"m comemora Bob Berry, gerente de programa da Mars Odyssey junto à empresa Lockheed Martin Space, que opera o artefato em parceria com o JPL, Laboratório de Propulsão a Jato, da Nasa.
A estrutura principal da Odyssey está dividida em duas partes. Uma delas contém todos os equipamentos que fazem parte do sistema de propulsão, entre eles os tanques e as bombas de combustível. A outra seção se destina aos instrumentos científicos, com destaque para o sistema THEMIS de imageamento em infravermelho, o espectrômetro de raios gama GRS e o detector de nêutrons de alta energia HEND. Além desses instrumentos a Odyssey também carrega um espectrômetro de nêutrons e uma câmera estelar, usada para a orientação no espaço. Veja o que já foi publicado sobre as sondas marcianas
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