Segunda-feira, 18 nov 2019 - 11h28
Por Rogério Leite
Robô Curiosity detecta aumento incomum de oxigênio em cratera marciana
Quanto comparado à Terra, Marte tem uma atmosfera extremamente tênue, basicamente formada por dióxido de carbono e pequenas frações de outros gases, entre eles o metano. Agora, uma sondagem feita pelo jipe robô Curiosity revelou um aumento inesperado de oxigênio em algumas localidades e os pesquisadores ainda não sabem o motivo.
![]() Jipe Curiosity, em selfie feita por ele, em atividade na cratera Gale. A selfie é uma composição feita com auxílio de diversas imagens tomadas separadamente. O aumento da relação de oxigênio em relação ao dióxido de carbono (CO2) foi observada pelo jipe robô Curiosity acima da cratera Gale, seu local de operação. O CO2 é responsável por cerca de 95% de todo o ar do Planeta Vermelho e durante os meses do outono e inverno congela sobre a região polar. Nos meses mais quentes ele sublima, ou seja, passa do estado sólido para o gasoso. A relação do nitrogênio e do argônio, que compõem 4,5% de toda atmosfera marciana, aumenta e diminui em relação ao CO2, mas oxigênio não se comporta assim.
De acordo com o estudo, publicado no Journal of Geophysical Research: Planets, a relação de oxigênio/CO2 na região da cratera Gale foi 30% maior durante os meses de verão, voltando ao normal no outono. ![]() Gráfico mostra a variação sazonal de oxigênio na região da cratera Gale, em Marte. Crédito: Nasa. "Estamos lutando para explicar isso", disse a pesquisadora Melissa Trainer, cientista planetária do Centro de Voo Espacial Goddard da NASA. "O fato do comportamento do oxigênio não ser perfeitamente reproduzível a cada estação nos faz pensar que isso não é um problema que tem a ver com a dinâmica da atmosfera, mas possivelmente uma fonte química, mas que ainda não podemos explicar".
"Estamos começando a estudar essa correlação entre metano e oxigênio durante boa parte do ano em Marte", explicou Sushil Atreya, professor de ciências climáticas e espaciais da Universidade de Michigan. "Acredito que há algo relacionado, mas ainda é cedo para afirmar".
Os dados mostram que os níveis de metano e oxigênio, em algumas localidades, variam de acordo com as estações. Os pesquisadores ainda estão sabem a causa dessa dinâmica, mas suspeitam que o que quer que esteja acontecendo deve estar ocorrendo na camada superior do solo e não na baixa ou alta atmosfera do planeta. LEIA MAIS NOTÍCIAS
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