Terça-feira, 27 ago 2019 - 15h41
Por Rogério Leite
Satélites registram movimento de monóxido de carbono sobre o Brasil
Embora os incêndios na Amazônia sejam normais nesta época do ano, a falta de fiscalização observada neste ano de 2019 contribuiu significativamente para o aumento no número de focos de incêndios e consequentemente, para a elevação do nível de monóxido de carbono liberado pela biomassa.
![]() Registro por satélites da nuvem de monóxido de carbono associada às queimadas na Amazônia brasileira enrte os dias 8 e 22 de agosto de 2019. Crédito: NASA/JPL-Caltech. Nesta animação, feita com base em dados registrados pelo satélite AQUA, da NASA, podemos ver a movimentação da pluma de monóxido de Carbono, CO, liberada sobre parte da Amazônia durante o período da estiagem em agosto. A cena mostra os níveis do poluente a uma altitude de 5500 metros entre os dias 8 e 22 de agosto de 2019. Nela, a cor ver indica concentrações de CO em aproximadamente 100 ppbv (partes por bilhão de volume), enquanto o amarelo revela as concentrações em 120 ppbv e o vermelho em 160 ppbv.
O monóxido de carbono é um gás inodoro e incolor, produzido quando qualquer coisa feita de carbono, seja vegetação ou combustível fóssil, é queimada com um suprimento insuficiente de ar ou oxigênio. Normalmente, o CO é associado a incêndios produzidos por gás em locais abafados, mas também é produzido como resultado dos incêndios florestais. O CO é um gás altamente tóxico a partir de 12 PPM (parte por milhão), o que significa que na altitude detectada pelo satélite Aqua ele é inofensiva. No entanto, em baixas altitudes ou em níveis de superfície a concentração inicial pode ter chegado a 8 PPM, um nível considerado crítico.
Isso significa que se você inalar monóxido de carbono, especialmente em um espaço fechado, ele pode entrar na corrente sanguínea e se ligar à hemoglobina. Quando isso acontece, a hemoglobina do sangue não é mais capaz de transportar o oxigênio e a falta deste pode fazer com que as células e tecidos do corpo falhem e morram.
O CO pode viajar por grandes distâncias e persistir na atmosfera por cerca de um mês. Como explicado, na alta altitude mapeada nessas imagens, o gás não tem muito efeito no ar que respiramos, mas os ventos fortes podem impulsioná-lo para baixo, onde podem impactar de modo bastante significativo na qualidade do ar”.
Como esses incêndios atestam, a floresta tropical no Brasil está enfrentando uma crise crescente que só deve se aprofundar, dada a atitude negligente dos governantes em relação às regulamentações ambientais e aos laços estreitos do Estado brasileiro com o agronegócio. É preciso compreender que palavras como mineração, terras indígenas e desmatamento têm um poder tremendamente devastador quando proferidas sem sabedoria e sensatez, não só sobre as relações comerciais entre os países, mas principalmente sobre a saúde do planeta, que novamente está em risco. LEIA MAIS NOTÍCIAS
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