Terça-feira, 11 nov 2008 - 09h06
Sem energia e sob intenso frio, missão Phoenix chega ao fim
Após cinco meses de importantes descobertas e desafios, a missão Phoenix de exploração marciana chega ao seu final. O declínio constante da quantidade de Sol no local de pouso já não permitia mais a recarga das baterias da sonda, que lentamente teve seus principais circuitos desativados.
![]() Os engenheiros da missão receberam o último sinal do explorador robótico no dia 2 de novembro. Os dados de telemetria informavam que o céu, antes claro, apresentava muitas nuvens e grande quantidade de poeira em suspensão, além da temperatura em constante declínio devido ao outono que se aproxima. De acordo com os engenheiros do JPL, Laboratório de Propulsão a jato, da Nasa, a missão excedeu todas as expectativas e se prorrogou por três meses além do planejado. Apesar de considerarem a missão encerrada, a equipe de pesquisadores passará as próximas semanas na expectativa de que a Phoenix retome o contato com o JL. No entanto, devido às severas condições do tempo na região do ártico marciano, essa possibilidade é bastante remota. Ao mesmo tempo que o trabalho da Phoenix chega ao seu final, a tarefa de análise dos dados coletados está apenas começando.
"A Phoenix nos brindou com muitas surpresas e estou certo que encontraremos muitas respostas nessa imensidão de dados que estão para serem analisados", disse Peter Smith, principal cientista da missão junto à Universidade da Califórnia,
Os primeiros experimentos realizados pela Phoenix eram relacionados à influência do ambiente glacial marciano sobre o desenvolvimento de microorganismos. Durante as pesquisas os cientistas realizaram ampla documentação do solo, levemente alcalino e diferente daqueles estudados por missões anteriores. A sonda também descobriu pequenas concentrações de carbonato de cálcio, um sinal de possibilidade de existência de água líquida no planeta. A história da água em Marte também foi bastante aprimorada após as escavações do solo, observações de neve em grandes altitudes, coleta sem precedentes de dados meteorológicos e observações de névoa, nuvens, gelo e redemoinhos. "A Phoenix não somente venceu o tremendo desafio de pousar em segurança, mas trabalhou esplêndida e arduamente durante 149 dos 152 dias marcianos em que esteve em atividade. A missão Phoenix é o resultado de uma equipe muito unida e competente, da qual tenho imenso orgulho em fazer parte", disse o diretor do Projeto Phoenix Barry Goldstein, do JPL.
Antes que as baterias esgotassem totalmente, um pequeno programa instalado nos computadores de bordo realizou o último comando da missão, instruindo um pequeno circuito eletrônico, conhecido como watch dog timer (cão de guarda temporizado) a "acordar" quando os primeiros raios de Sol voltarem a brilhar na região onde a Phoenix está. Quando isso acontecer, um conjunto mínimo de instruções tentará acionar o sistema de recarga das baterias e se tiver êxito, enviará um comando para religar o computador principal, que entrará em contato com a Terra. Utilizando essa mesma seqüência, os jipes-robôs Spirit e Opportunity conseguiram acordar e se recuperar do longo inverno marciano. Se o plano-B vai dar certo ninguém sabe, mas é o que os projetistas do robô estão torcendo para acontecer.
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