Quinta-feira, 19 jul 2012 - 11h17
Através de imagens captadas pelo telescópio espacial Spitzer, uma equipe de pesquisadores estadunidenses conseguiu identificar um dos menores planetas fora do Sistema Solar. A detecção foi feita por acaso e pode representar a descoberta do menor exoplaneta mais próximo da Terra já localizado.
Clique para ampliar Batizado de UCF-1.01, o objeto se localiza na orbita da estrela anã-vermelha Gliese 436, situada a 33 anos-luz de distância (cerca de 300 trilhões de km), na direção da constelação de Leão. De acordo com seus descobridores, o novo objeto tem cerca de 8.400 quilômetros de diâmetro e orbita a estrela-mãe a apenas 2.7 milhões de quilômetros. Por orbitar tão próximo UCF-1.01 leva apenas 1.4 dias terrestre para completar uma volta ao redor da estrela. Além disso, a temperatura estimada é de aproximadamente 600 graus Celsius.
A descoberta de UCF-1.01 foi feita praticamente sem querer e aconteceu quando astrônomos da Universidade Central Flórida estudavam o exoplaneta Gliese 436b, que orbita a mesma estrela. Ao analisarem os dados captados pelo telescópio espacial Spitzer os pesquisadores notaram leves mergulhos na intensidade de luz infravermelha emitidas pela estrela e que não eram causados pelo planeta em estudo. Uma análise mais aprofundada mostrou que os mergulhos no registro luminoso eram periódicos, sugerindo que um segundo corpo poderia estar bloqueando uma diminuta parcela da luz da estrela. "Encontramos fortes evidências de um planeta muito pequeno, muito quente e muito próximo", disse o pesquisador Kevin Stevenson, principal autor do trabalho. "A identificação de planetas tão pequenos e próximos a nós é muito útil para melhorar as futuras técnicas de detecção", explicou Stevenson, que teve sua descoberta aceita para publicação no periódico The Astrophysical Journal. Para Joseph Harrington, coautor da descoberta, é muito provável que a atmosfera de UCF-1.01 - caso tenha tido algum dia - tenha se evaporado, tornando o objeto um mundo geologicamente morto, a exemplo de Mercúrio. Harrington também sugere que o calor extremo da estrela muito próxima pode ter derretido sua superfície. Neste caso UCF-1.01 seria um planeta formado de magma. Além de UCF-1.01, Stevenson e seus colegas perceberam indícios de um terceiro planeta, apelidado UCF-1.02, orbitando Gliese 436. Sinais desses dois objetos já haviam sido observados anteriormente pelo telescópio Spitzer, mas devido às pequenas dimensões os pesquisadores estão relutantes em classifica-lo como exoplanetas, já que para essa confirmação é necessário determinar a massa planetária e mesmo com instrumentos tão sensíveis isso ainda não foi possível.
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