Terça-feira, 31 mar 2009 - 09h14
Com direito a discurso e corte de faixas, a Nasa apresentou ontem em Washington uma réplica da sua nova nave Orion, projetada para levar os astronautas à Lua e a Marte e que substituirá os ônibus espaciais a serem aposentados em 2010. A Orion está sendo construída pela marinha americana e será a base do programa Constellation de exploração espacial.
"Não temos palavras para expressar nosso orgulho. A construção e testes da Orion irão demonstrar à América que fomos muito mais além dos ônibus espaciais. A Orion é outra geração de naves", disse Don Pearson, diretor de construção do programa PORT (Teste de Recuperação Pós-Pouso, do projeto Orion) O objetivo da Nasa é que até 2015 a Orion já esteja transportando astronautas até a Estação Espacial Internacional, ISS. Segundo a agência americana, a cápsula será usada inicialmente no rodízio semestral da tripulação da ISS. Além disse servirá de laboratório de testes antes que possa definitivamente rumar para a Lua, em 2020 e Marte em 2030.
"Por que estamos construindo a Orion? A resposta é bem simples", disse Pearson. "Queremos ir a Marte".
"Não estamos confiantes de que a tecnologia humana atual consiga durar três anos sem que as coisas irreparáveis quebrem", disse Pearson. "Por isso devemos fazer antes diversas viagens à Lua, que dura apenas três dias e cada estadia lunar durará seis meses. Nesse tempo os astronautas montarão acampamentos e praticarão as atividades que farão em Marte", explicou o cientista. Com verba inicial de 2 milhões de dólares, o projeto PORT deverá avaliar se os astronautas a bordo da cápsula poderão ser resgatados com facilidade nas águas do Atlântico norte no caso de uma emergência ou necessidade de abortar a missão. Para isso a Nasa testará um modelo em tamanho natural da Orion, de oito toneladas, que será literalmente jogado ao mar nos próximos meses.
O Projeto Constellation consta de três componentes principais: a espaçonave Orion, os foguetes Ares-1 e Ares-5 e do módulo lunar LSAM.
Para vencer a gravidade terrestre chegar à Lua, o Projeto Constellation deverá usar o propulsor Ares-5, capaz de colocar até 130 toneladas de equipamentos em órbita terrestre baixa e 65 toneladas em órbita lunar. Ao contrário do Projeto Apollo e das missões dos ônibus espaciais, onde a tripulação e a carga são lançadas simultaneamente através do mesmo foguete, o Projeto Constellation prevê dois lançamentos separados usando os veículos Ares-1 e Ares-5, que levarão as cargas e tripulação em vôos separados. Isso permitirá conjuntos mais especializados de foguetes e compartimentos, além de fórmulas mais eficientes para os combustíveis.
Da mesma forma que o antigo módulo Lunar, o Lsam também não poderá ser reutilizado.
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