Quinta-feira, 28 mar 2019 - 11h02
Por Rogério Leite
Seres humanos podem detectar mudanças magnéticas, como os animais?
Um interessante estudo feito nos EUA revela que variações do campo magnético podem ser percebidas por algumas pessoas, a exemplo do que acontece com alguns animais que se orientam pelo magnetismo da Terra.
![]() entre as diferentes ondas geradas pelo cérebro humano está as do tipo Alfa, com frequencia entre 8 e 13 Hertz. O estudo, publicado na versão online da revista Neuro, revelou que mudanças no campo magnético ao redor de um indivíduo podem diminuir ou até mesmo suprimir a geração das ondas Alfa produzidas pelo cérebro durante os momentos de relaxamento. Essa é a primeira vez que um experimento desse tipo revela alguma relação entre o magnetismo e o funcionamento do cérebro humano.
Há muito tempo que os pesquisadores sabem que alguns seres vivos podem perceber o campo magnético da Terra e até mesmo usa-lo para orientação. Casos típicos são morcegos, abelhas, tartarugas, pássaros e baleias. Cães também utilizam essa capacidade e conseguem localizar imãs enterrados. ![]() Esquema da câmara isolada usada pelos pesquisadores do Caltech para registrar as ondas alfa sob influência dos campos magnéticos. Essa capacidade sensorial é chamada pelos especialistas de magnetorecepção e de acordo com Connie Wang, estudante de pós-graduação ligada ao Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech), também pode fazer parte do rol de sentidos do ser humano.
Durante uma hora os participantes sentaram-se em total escuridão e foram submetidos a campos magnéticos que mudavam de orientação. À medida que os campos magnéticos se deslocavam silenciosamente em torno da câmara, as ondas cerebrais dos participantes eram medidas usando eletrodos posicionados em 64 locais em suas cabeças. Durante o experimento, 34 participantes tiveram a intensidade das ondas Alfa enfraquecidas em até 60% em resposta aos campos magnéticos em mutação. O experimento foi repetido diversas vezes e os registros mostraram que o efeito era reprodutível. Segundo Joseph Kirschvink e Shin Shimojo, coautores do estudo, esta é a primeira evidência concreta que de um novo sentido humano, a magnetorecepção.
Essa não percepção do efeito levou os pesquisadores a sugerir que pode ser algo vestigial, ainda resquício de uma antiga habilidade de navegar usando pistas magnéticas locais. “Talvez não seja tão surpreendente que alguns humanos possam manter alguns componentes neurais funcionais, ainda mais se considerarmos que nossos ancestrais não muito distantes eram caçadores nômades”, diz Kirschvink.
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