Segunda-feira, 5 out 2017 - 10h53
A história contemporânea mudou no dia 4 de outubro de 1957. Naquele dia, a humanidade perplexa e encantada tomava conhecimento de que a Lua não era mais nosso único satélite, e que uma pequena esfera de 50 centímetros de diâmetro, também, girava ao redor da Terra. E mais que isso, podia ser ouvida, emitindo o "beep" mais famoso da história.
o satélite Sputnik, de 58.5 centímetros de diâmetro e 83.6 quilos de peso. Exatamente no dia 4 de outubro de 1957, a antiga União Soviética lançava o primeiro satélite artificial da história, o Sputnik, e dava início à Era Espacial. O lançamento do Sputnik (que significa "companheiro" em russo) e sua colocação em órbita representam um monumento à inteligência humana e confirmaram as diversas bases teóricas necessárias à operação, desde as formulações de Isaac Newton, no século 17, até os cálculos e experimentos do russo Konstantin Tsiolkovsky, considerado o "pai dos foguetes", e do norte-americano Robert Goddard, no início do século 20.
O Ano Geofísico Internacional - AGY - coincidiu com o período de máxima atividade solar. Na ocasião milhares de cientistas em mais de 67 países trabalharam em conjunto, realizando uma grande variedade de experimentos e observações, partilhando dados e resultados. O período marca uma das maiores séries de descobertas das características da Terra e do espaço, incluindo os Cinturões de Radiação de Van Allen. O objetivo principal era o estudo da meteorologia, geomagnetismo, sismologia, oceanografia, radiação cósmica, ionosfera, glaciologia, paleoclimatologia, além de pesquisas biológicas e geológicas. Apesar da boa intenção do Ano Geofísico Internacional, não se pode esquecer que naquela ocasião o mundo era divido em praticamente dois blocos inimigos. De um lado, a União Soviética e os países alinhados se fechavam em um bloco conhecido como "Cortina de Ferro", do outro lado, tendo os norte-americanos como principal expoente, estava o chamado de "Mundo Livre". Do lado dos EUA, o governo do Presidente Eisenhower anunciou, em 1955, que a nação colocaria em órbita um satélite artificial, e determinou ao Laboratório de Pesquisa Naval Vanguard que representasse os americanos junto ao projeto do Ano Geofísico Internacional. Do lado dos russos, a história do Sputnik mescla-se com a determinação quase fanática do principal cientista do projeto, o engenheiro russo Sergei Korolev, mais tarde levado ao posto de engenheiro-chefe do programa espacial soviético pelo então líder Nikita Khrushchev.
Para piorar a situação, o terrível Sputnik, que dava uma volta ao redor do mundo a cada 90 minutos, podia ser ouvido por qualquer mortal, emitindo seu assustador beep na freqüência de 20 Mhz. A escolha dessa freqüência não foi por acaso e de acordo com alguns analistas, teve dois motivos. 20 Mhz era, e ainda é, uma freqüência próxima da grande maioria das estações de radiodifusão de ondas curtas, que na época eram muito ouvidas. Além disso, podia ser captada por radioamadores, ansiosos em acompanhar o movimento do satélite. De uma só vez, os russos diziam ao mundo que estavam por perto e ao mesmo tempo contavam com uma grande rede de interessados em telecomunicações, que podia, sem nenhum custo, fornecer valiosas informações sobre a posição do satélite e propagação de sinais. O mundo estava impressionado e nem bem tinha se recuperado quando veio o segundo golpe. No dia 3 de novembro os russos lançavam outro satélite, o Sputnik-2, com o primeiro ser vivo a bordo, a cadela Kudriavka, da raça laika. Na foto a cadela Kudriavka, da raça laika, o primeiro ser vivo a ir ao espaço. Em curto espaço de tempo, os russos mostraram que era possível colocar em órbita um satélite artificial e mais importante ainda, que era possível colocar seres vivos no espaço. Os americanos precisam reagir. Até onde os russos iriam? O mundo, segundo eles, estava em perigo. Estava declarada a Corrida Espacial. LEIA MAIS NOTÍCIAS
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