Sexta-feira, 21 fev 2014 - 11h38
Por Rogério Leite
Um dos maiores mistérios da astronomia é entender o mecanismo primordial que faz com que uma estrela exploda e se transforme em supernova. Mas agora, com emprego de modernos telescópios espaciais esse mistério está perto de ser revelado.
Clique para ampliar As estrelas são bolas esféricas de gás e seria fácil imaginar que quando explodem, ao final da vida, seu material remanescente fosse ejetado de forma bastante uniforme, praticamente redonda, mas não é bem isso o que acontece. "Nossos estudos mostram que o coração da explosão, ou motor, é bastante distorcido possivelmente porque as regiões no interior da estrela literalmente se espalham antes da detonação", disse Fiona Harrison, principal investigadora para os dados do telescópio espacial NuStar junto ao Instituto de Tecnologia da Califórnia, Caltech.
Fiona se baseia em dados de alta-energia registrados pelo telescópio e que permitiram a criação do primeiro mapa de material radioativo observado em um remanescente de supernova. Os resultados, obtidos do estudo do que restou de Cassiopeia A (Cas A) mostram como as ondas de choque praticamente rasgaram a estrela maciça em seus momentos finais.
Clique para ampliar No caso de Cas A, o material mapeado é o titânio 4, que tem um núcleo instável produzido no coração da estrela no momento da explosão. O mapa mostra o titânio concentrado em aglomerados no centro do remanescente e aponta para uma possível solução para o mistério de como a estrela mãe encontrou o seu fim.
"Com o mapa produzido pelo NuSTAR temos uma nova ferramenta forense para investigar a explosão", disse um dos autores do estudo, Brian Grefenstette, da Caltech. Segundo o pesquisador, antes era difícil interpretar o que estava acontecendo em Cas A, pois as observações eram feitas apenas no comprimento de onda dos raios-X, emitidos quando o material remanescente é aquecido. "Agora que podemos enxergar o material radioativo estamos vendo o que ocorreu no centro da explosão", disse Grefenstette. "É por isso que nós construímos NuSTAR. Para descobrir coisas que nunca soubemos sobre o universo de alta energia", disse Paul Hertz , diretor da divisão de astrofísica da Nasa e um dos projetistas do telescópio.
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