Segunda-feira, 28 mar 2016 - 08h46
Por Rogério Leite
Pela primeira vez, cientistas registraram o impacto de uma tempestade solar contra o planeta Júpiter e os resultados mostram que o fenômeno é centenas de vezes mais energético que na Terra.
Concepção artística mostra a interação entre a magnetosfera jupteriana e o vento solar, mecanismo fundamental para a criação de auroras em Júpiter. Crédito: University College London Aqui na Terra, o impacto das partículas carregadas vindas do Sol ionizam os átomos de oxigênio e nitrogênio presentes na alta atmosfera, produzindo um espetáculo de luzes verdes e vermelhas que parecem dançar nos céus das localidades extremas do planeta. Em Júpiter acontece a mesma coisa, mas os processos que levam à ionização dos átomos ainda não são bem compreendidos e os estudos estão apenas começando.
O impacto da tormenta foi monitorado durante duas observações de 11 horas, em outubro de 2011 e as primeiras análises mostraram que a magnetosfera de Júpiter se retraiu mais de 2 milhões de quilômetros durante a tempestade. Além disso, o estudo sugere que a interação entre as partículas solares e a magnetosfera jupteriana dispara a produção de raios-x no interior das auroras em formação, um fenômeno que não é observado na Terra.
Em 2000, um "hot Spot" similar já havia sido observado junto às auroras, mas que piscava mais lentamente, emitindo um pulso a cada 45 minutos. Imagem composta mostra o planeta Júpiter, registrado pelo telescópio espacial Hubble, e uma intensa aurora polar detectada pelo telescópio espacial Chandra, durante tempestade solar ocorrida em 2 de outubro de 2011. Crédito: X-ray – NASA / CXC / UCL / W. Dunn et al. Optical – NASA / STScI.
No entender do pesquisador, o estudo do movimento das auroras permitirá aprender mais sobre a região do espaço controlada pelo intenso campo magnético de Júpiter e como ele é influenciado pelo Sol. "A compreensão dessa relação é importante para o estudo de incontáveis objetos magnéticos existentes em nossa galáxia, incluindo os exoplanetas, estrelas de nêutrons e anãs marrons", explicou o cientista.
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