Quinta-feira, 1 out 2015 - 10h45
Por Rogério Leite
Embora esteja próximo de algumas das possíveis fontes de água detectadas na superfície marciana, um tratado internacional impede que qualquer sonda se aproxime delas, o que torna a inspeção direta dos locais um problema de difícil solução.
Clique para ampliar Desde que a NASA anunciou a possível presença de "água úmida" na superfície de Marte, diversas possibilidades passaram a ser levantadas para que se possa de fato "testar" essa água diretamente, principalmente sobre a sua origem. No entanto, essa pesquisa direta não é tão simples assim e o motivo não é a falta de tecnologia ou os custos para sua execução. O problema está em um tratado da ONU (Organização das Nações Unidas) assinado em 1967 (inclusive pelo Brasil), que determina as políticas relativas à exploração espacial da Lua e de outros planetas.
Atualmente, o jipe-robô Curiosity está a menos de 50 km de distância de uma das fontes de "água úmida" recém-detectadas. Esse artigo diz, de modo simplificado, que os signatários do tratado devem realizar os estudos na Lua e nos corpos celestes com extremo cuidado, de modo a evitar a sua nociva contaminação e também possíveis alterações prejudiciais no ambiente da Terra, que possa ser resultante da introdução de substâncias extraterrestres. Como se sabe, antes de partir rumo a outros planetas as naves são submetidas a intensas sessões de esterilização, mas nenhuma delas no grau necessário para a exploração da água no Planeta vermelho. De acordo com Rich Zurek, cientista-chefe da Nasa para as missões a Marte, nenhum dos robôs atualmente em atividade no solo marciano está esterilizado no grau necessário para se aproximar da área onde o líquido possa estar presente. Segundo o astrobiólogo Malcolm Walter, a Nasa e outras agências tem condições plenas de esterilizar em 100% qualquer objeto, mas a quantidade de radiação necessária é tão grande que fatalmente danificaria os instrumentos eletrônicos a bordo de uma nave. "De modo a esterilizar 100% deve-se usar poderosas radiações ionizantes ou então calor intenso, mas ambos danificariam os instrumentos. Não é nada fácil fazer isso", explicou Walter.
Outra possibilidade seria o envio de robôs capazes de construir, lá em Marte, outros robôs livres de contaminação. Essa possibilidade não é tão utópica como parece, já que a NASA vem desenvolvendo robôs capazes de imprimir estruturas em 3D, que poderiam ser usadas no planeta. Até lá, tanto o Curiosity como o Opportunity terão que se conformar com a pouca higiene e manterem-se bem longe da água. Em outras palavras, nada de banho, por enquanto. LEIA MAIS NOTÍCIAS
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