Quinta-feira, 6 abr 2017 - 09h36
Por Rogério Leite
Velho satélite europeu está prestes a entrar para orbita cemitério
Após mais de 20 anos observando a Terra, o satélite europeu METEOSAT-7 será aposentado. Mas diferentemente de outros satélites que queimam ao penetrar na atmosfera, METEOSAT-7 será elevado ainda mais, onde permanecerá quase eternamente.
![]() Réplica de um satélite METEOSAT, instalada na frente do prédio da EUMETSAT, em Darmstadt, Alemanha. Atualmente, o METEOSAT-7 atua na chamada órbita geoestacionária, a 35796 km acima da superfície da Terra, sobre o Oceano Índico, de onde se pode ver toda a África, Europa e parte da América do Sul. Nesta altitude, a velocidade de deslocamento do satélite se iguala à velocidade de rotação da Terra, o que faz com que o equipamento permaneça estático sobre o planeta. Normalmente, os satélites de orbita baixa levam uma pequena quantidade de combustível para as manobras, permitindo apontamentos precisos antes da reentrada. No entanto, satélites de orbitas muito altas, como o METEOSAT, não levam combustível suficiente para trazê-los 36 mil km para baixo, o que exigira uma velocidade de 1500 m/s.
O combustível extra que esses satélites carregam permite apenas uma leve propulsão para cima, de cerca de 11 m/s, suficiente para erguê-los ao menos 200 km a partir de onde estão. Nesta localidade é que se inicia a região da chamada Orbita Cemitério ou Super Síncrona. Este procedimento é adotado para minimizar a probabilidade de colisão de detritos com espaçonaves operacionais, o que geraria ainda mais detritos espaciais. Nos EUA, para obter uma licença para fornecer serviços de telecomunicação a FCC (a ANATEL de lá) exige que todos os operadores de satélites geoestacionários lançados depois de 18 de Março de 2002, se comprometam a reposicioná-los para uma órbita cemitério ao final de sua vida útil. ![]() Carta de ignições do Meteosat, que o levarão à órbita cemitério. De acordo com Milan Klinc, engenheiro de dinâmica de voo da EUMETSAT, proprietária do satélite, o METEOSAT-7 tem combustível suficiente para ser erguido por pelo menos 500 km. "Essa é uma operação longa. o satélite aumentará a altitude a cada meia orbita durante uma série de manobras de propulsão", disse Klinc. "Nós projetamos para que após a queima número três já tenhamos subido os 200 km obrigatórios, mas por uma questão de segurança vamos fazer até nove manobras de queima e subir pelo menos 500 km", explicou o engenheiro.
Em nosso site SATVIEW você pode acompanhar os dados orbitais do METEOSAT-7. Clique aqui para acompanhar LEIA MAIS NOTÍCIAS
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