Terça-feira, 6 jan 2009 - 09h55
Apertem os cintos. Estamos mais rápidos e maiores e as chances de colisão são bem maiores do que pensávamos. Essa é a conclusão que os astrônomos chegaram ao realizarem novas medições do tempo de rotação da Via Láctea, que mostraram que a velocidade de giro da galáxia é 160 mil km/h mais rápida do que previamente imaginado.
Segundo Mark Reid, cientista do Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian, esse aumento na velocidade revela que a massa da Via Láctea é pelo menos 50% maior, empatando em dimensões com a galáxia Andrômeda. "Nunca mais seremos a irmã caçula de Andrômeda em nosso grupo familiar celeste", disse Reid. A massa maior também significa maior atração gravitacional, o que aumenta as possibilidades de colisão com Andrômeda ou outras galáxias menores em nossa vizinhança.
Nosso Sistema Solar se localiza a 28 mil anos-luz do centro da Via Láctea. A essa distância, segundo as novas observações estamos nos movendo a 960 mil km/h ao redor da órbita galática. Anteriormente essa velocidade era estimada em 800 mil km/h.
Com capacidade de resolução extremamente alta, o arranjo VLBA é capaz de produzir imagens centenas de vezes mais detalhadas que as fornecidas pelo telescópio Hubble. Sua potência é tão grande que permitiria a um observador localizado em Buenos Aires ler facilmente um jornal em uma banca de Fortaleza.
Observando essas regiões repetidamente, quando a Terra está do lado oposto ao Sol, os astrônomos podem medir o ligeiro deslocamento da posição dos objetos contra o fundo repleto de objetos mais distantes. "As novas observações da Via Láctea através do VLBA estão produzindo medidas diretas e altamente precisas das distâncias e movimentos", disse Karl Menten, ligado ao Instituto Max Planck, na Alemanha e membro da equipe de pesquisadores. "As medidas usam o tradicional método da triangulação e ao contrário de outros métodos não dependem de nenhum parâmetro, como o brilho do objeto". Em suas pesquisas, os astrônomos descobriram que as medições diretas das distâncias eram diferentes das medições indiretas e em alguns caos as discrepâncias eram tão grandes que chegavam a 50%. "As regiões de formações de estrelas que abrigam os masers cósmicos definem os braços espirais da Via Láctea", explica Reid. "A medição precisa de distâncias a essas regiões nos fornecerá um criterioso mapeamento da estrutura da Galáxia".
Saiba onde está o Sol dentro da Via Láctea
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