Quarta-feira, 15 dez 2010 - 10h57
Voyager: do Pálido Ponto Azul à fronteira do Sistema Solar
Em 24 de novembro de 2007, o Apolo11 publicou uma matéria sobre os 30 anos das naves Voyager 1 e 2. Na ocasião, as sondas estavam há 15 bilhões de km de distância de nós. Passados três anos, a Voyager 1 atingiu a impressionante marca de 17.4 bilhões de quilômetros e é o objeto humano mais distante da Terra.
![]() Clique para ampliar Segundo o cientista-chefe do projeto Voyager, Edward Stone, a Voyager 1 começou a detectar uma mudança bastante significativa no fluxo de partículas solares ao seu redor. De acordo com Stone, as partículas não estão mais se dirigindo mais para fora do Sistema Solar, mas movimentando-se lateralmente, o que segundo ele significa que a sonda deve estar muito perto de mergulhar definitivamente no espaço interestelar. Os dados foram registrados pelo detector de partículas de baixa energia a bordo da sonda, que monitora a velocidade do vento solar. Esse fluxo de partículas carregadas é chamado de heliosfera e forma uma espécie de bolha em torno do Sistema Solar. Viajando em velocidades que superam facilmente 1 milhão de quilômetros por hora, esse vento produz uma verdadeira onda de choque ao se encontrar com as partículas vindas de outras estrelas, gerando calor.
De acordo com os pesquisadores do Laboratório de Propulsão a Jato, da Nasa, os sensores da sonda determinaram que na posição atual a velocidade do vento solar chegou a zero, confirmando que a Voyager 1 está na zona de transição entre o Sistema Solar e o espaço interestelar.
![]() Lançadas nos meses de agosto e setembro de 1977, as sondas gêmeas Voyager 1 e 2 não são apenas um símbolo da exploração do espaço. Tornaram-se também ícones da cultura pop, inspirando novelas, jogos de computador, músicas, videoclipes e dezenas de filmes entre os anos 1980 e 1990. A maior parte desses trabalhos de ficção mostrava o que poderia acontecer se uma raça alienígena conseguisse localizar a Terra utilizando os dados dos famosos "discos de ouro", levados pelas espaçonaves. Desde o início das explorações espaciais da Nasa, as naves levavam placas com informações sobre nosso planeta, que poderiam ser úteis no caso de serem interceptadas por uma raça alienígena. Isso inspirou o diretor do projeto Voyager, John Casani, a contratar o astrônomo e autor Carl Sagan, com o objetivo de dirigir o comitê de mensagens a ser embarcado na missão. Os discos das Voyager continham uma seleção de sons e imagens e retratavam a Terra através de pessoas jovens e velhas, homens e mulheres entre outras espécies, além de incluir informações sobre os continentes e a localização da Terra no espaço.
Ed Stone explica que mesmo sendo pequenas as chances de ser encontrada, a gravação é uma importante mensagem para todos nós. "É um apelo à unificação", diz Stone. "Não é uma mensagem qualquer. É uma mensagem da Terra! Ela contém cumprimentos em muitas línguas, músicas de diversas culturas e imagens que retratam nosso planeta, nossa casa. É nossa tentativa de dizer o que é a Terra e o que pensamos de nós mesmos".
"Essa foi a mais romântica e maravilhosa missão jamais realizada pela Nasa. Havia de tudo um pouco nas gravações: um beijo, uma mãe dizendo "Olá" pela primeira vez ao filho recém-nascido. Tudo é música e foi feito durante a Guerra Fria. Todos sabiam que haviam mais de 50 mil armas nucleares que poderiam ser disparadas a qualquer momento e havia muita dúvida sobe o futuro. Foi um trabalho muito positivo, um jeito de representar a Terra e dar um passo de qualidade em direção ao futuro. Foi irresistível" ![]()
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